A espera

 

 

Parte da nossa vida é feita de espera.

Os nossos dias estão repletos destas pausas, destes tempos fora do tempo. Deliciosos momentos em que descansamos. Longas horas na paragem a aguardar pelo transporte que nos levará de volta à casa. Quando é imposto, o tempo custa a passar, é desperdiçado. Uma longa conversa connosco próprios pode ser a solução. Chamamos-lhe introspecção ou meditação, mas permite tirar partido dos minutos vazios e aprender a conhecer-nos. Se não for um bom ouvinte da alma, então ponha música, leia um livro ou faça a lista das compras. Vá, pegue-là no telemóvel, aproveite para descontrair ou para se informar, apreciar arte e porque não, fotografias. Mas lembre-se, o tempo que passa a fazer coisas sem significado nunca mais volta.

Como é evidente, também há esperas maravilhosas, as que acabam no nascimento de um filho ou na manhã de natal, ainda outras que parecem não ter fim, porque assentam na esperança de dias melhores, de ganhar no euromilhões ou de uma cura.

Por fim, existe a espera, infinita e silenciosa. A espera de alguém que nunca mais voltará à casa. Essa apanha-nos desprevenidos, deixa-nos sem fôlego e frágeis face à crueldade do destino.

Mas o tempo também cura, basta saber esperar.

 

Lylise